sexta-feira, 16 de novembro de 2007

11.

Dá-me o teu peito, leito para os meus desejos e almofada dos meus medos. Sabes bem como me pesa a cabeça da estranheza do dia sozinho, dos segundos sem sussurros, da vontade de te dizer-tudo-aquilo-que-não-te-digo. Se estivesse no teu peito, podia dizer-te baixinho, à caixa torácica, o quanto quero gerir os meus dias pelas subidas e descidas dela. Soprar-te-ia, num murmúrio, o quanto te quero os dedos nos meus. Os pulmões, esses, deixariam o ar envenenado por esse pensar-em-ti-viciado.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

10.

Se me vieres à orelha, fala-lhe como se ela fosse virgem. Como se ela nunca te tivesse ouvido, a ti, ao carro que passa, ao tlim plim das portas que fecham com berloques pendurados, às unhas que arranham mesas, ao giz que já não escreve em quadros brancos. Se me vieres à orelha, não lhe digas o que ela quer ouvir. Depois ficarei com o zumbido, o eco; o eco que não vai mais embora, que martiriza, que dói. Não lhe digas que lhe queres bem, de boa saúde, de bom trato, de aspecto são. Ela pode acreditar.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

9.

Quero que a minha pele seja de galinha pelas frequências da tua voz.

domingo, 4 de novembro de 2007

8.

Quero beijar-te à sombra das tuas pestanas.