terça-feira, 13 de novembro de 2007

10.

Se me vieres à orelha, fala-lhe como se ela fosse virgem. Como se ela nunca te tivesse ouvido, a ti, ao carro que passa, ao tlim plim das portas que fecham com berloques pendurados, às unhas que arranham mesas, ao giz que já não escreve em quadros brancos. Se me vieres à orelha, não lhe digas o que ela quer ouvir. Depois ficarei com o zumbido, o eco; o eco que não vai mais embora, que martiriza, que dói. Não lhe digas que lhe queres bem, de boa saúde, de bom trato, de aspecto são. Ela pode acreditar.

2 comentários:

Jan disse...

Estou honestamente a gostar bastante de ler tudo, mas porque não te voltas a focar nas galinhas? :|

Arwen disse...

Pode ser que um dia destes elas voltem a esvoaçar por aí!;)